14 de fev. de 2011

Ventania

Outono. Interior morno. Cidade e espírito. Talvez não esquentasse nem ao menos com a notícia de que esta seria a última viagem. Lembranças vagas de uma infância na casa dos avós também mornos. Importância por sobrenome, onde nascimento e morte preenchiam o repertório popular. Na casa da vizinha o bolo parecia mais gostoso. Vida vigiada e cheia de satisfação. Pros outros. Boa família, moço bom, carro bom, sem vícios. Que bom! Namoro firme, quase noivos. A foto sublinhava o quase.

Verão. Rasgar a foto dos 2 e guardar a dela com 2 borboletas amarelas que insistiam em posar em sua camisa rosa choque. Cidade a mil por hora, canseira boa. Andar na Paulista conversando sobre o mundo. Febre de vida, noites quentes. Também a cobrança e os olhares tortos. De onde veio esse menino? Sorriso constante, no rosto e na alma. Sem vícios, só por hoje. Procurar pela arte e pela loucura. Passar no metrô com o carro pra pegá-lo. Bem que dizem que borboletas amarelas são sinal de felicidade.

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